Estresse e as dores
Está aí um ponto muito discutido atualmente, será que o estresse pode mesmo me prejudicar e desenvolver vários sintomas?
SIM!
Aquela sensação que você tem ao sentir mais estressado pioram as suas dores ou a sua imunidade despenca é real e explicarei de forma resumida a seguir.
“O termo ESTRESSE ou STRESSE é uma reação física e mental causada por qualquer tipo de exigência”
(Seyle, 1976).
Existe o eustresse quando o indivíduo possui meios para lidar com a situação e o distresse (estresse) quando a exigência para resolver uma situação é maior que os seus meios de resolvê-las, gerando esgotamento (físico e mental).
A uma situação de alarme, a glândula hipófise secreta o adrenocoticotrófico, que vai agir nas glândulas suprarrenais (acima dos rins) que vão liberar o cortisol e a adrenalina, que são considerados os hormônios do estresse.
Tudo isso pode ter algumas causas:
- Eventos de mudanças na vida, ou seja reestruturação profunda com reações afetivo e emocionais. Por exemplo: Casamentos, mudança de local, emprego, nascimento de um filho, etc.
- Traumáticos: É uma mudança na vida de força intensa e abrupta, algo que não esperava, como uma morte, demissão inesperada, perdas financeiras e patrimoniais repentinas, guerras, doenças, etc. Neste tópico também temos que introduzir a fobia por sentir dores, quem teve algum evento doloroso, acaba se protegendo tanto que vira um mecanismo estressor importante, podendo aumentar o estímulo nociceptivo (doloroso).
- Estressores do cotidiano: Algo desgastante do dia a dia que temos que nos adaptar continuamente, como relacionamento, relação com a imagem (peso, beleza), questões financeiras, problemas familiares, metas a ser alcançadas profissionalmente, inseguranças, medos, etc.
- Crônicos: Algum processo intenso que dura muito tempo e gera intenso desgaste e impacto emocional, como trabalhar em algo que não gosta ou com quem não gosta, bullying, desemprego, problemas familiares e conjugais (precisa superar uma situação), divórcio litigioso, etc.
- Estressores medicamentosos: O próprio corticoesteróide e esteroides anabolizantes pode aumentar os índices do cortisol.
- Estilo de vida: Alcoolismo, drogas, fumo, privação do sono, etc.
Até agora, compreendemos que o corticoide é um dos hormônios principais do estresse, mas antes de relatar os efeitos deletérios precisamos esclarecer a sua importância:
- No período de estresse o metabolismo aumenta, portanto aumentamos muito o consumo nutricional, e o cortisol aumenta proporcionalmente ao mecanismo estressor para manter a homeostase do corpo;
- Ela é essencial para a manutenção da vida, pois é a principal responsável pela sobrevivência em períodos de fome, jejum, grande esforço físico, subnutrição, pois mobiliza a reserva lipídica e proteica para aumento da reserva nutricional;
- Outro ponto é proteção hipoglicêmica causada pela insulina, ou seja, análoga ao glucagon;
- Sobre a ação lipídica, apesar de não ser muito intensa, o cortisol que sobe junto com a adrenalina que ajuda no mecanismo adrenérgico da lipólise para a obtenção da reserva nutricional;
- Efeito anti-inflamatório nas lesões teciduais gerais;
- Resumidamente, por essas questões que a adrenalectomia (retirada da suprerrenal) torna a sobrevida humana muito breve.
Quais ações que podem gerar sintomas clínicos importantes?
- A ação mais importante é a conversão das proteínas em glicogênio, ou seja, acentua a degradação (catabolização) e inibe a síntese proteica (principalmente a muscular) para a conversão em glicogênio. Por isso estar estressado por vários motivos aumenta o risco de disfunção muscular (dores e lesões) além da redução do desempenho musculo-esquelético;
- O aumento do cortisol diminui a ação muscular cardíaca, portanto diminui o desempenho cardiovascular e torna mais suscetível às patologias cardíacas;
- Seu aumento pode afetar a qualidade do sono, causar insônia, consequentemente diminuir o efeito reparador tecidual do sono, diminuir a cicatrização e a recuperação tecidual, além de aumentar a sensibilidade dolorosa (nociceptiva). Sensação de esgotamento e cansaço;
- Quando elevado, diminui o sistema imunológico, ou seja reduz a atividade das células de defesa (neutrófilos, linfócitos dentre outros), tornando suscetível às infecções bacterianas, virais etc.;
- Tanto o cortisol aumentado quanto a ingestão medicamentosa, apesar de ter um efeito benéfico anti-inflamatório potente, reduz a regeneração tecidual tendínea, tornando mais frágil e mais propenso às rupturas;
- Queda de cabelo, irritabilidade, alterações dermatológicas, alterações das funções digestivas, dentre outras;
- Em relação às dores, as síndromes que causam o aumento exacerbado do cortisol (cushing, esgotamento, overtraining) decorrente do estresse pode ser extremamente maléfico e existe uma forte tendência às lesões musculo-esqueléticas e aumento das dores.
Escolha um dos tópicos abaixo:
- Dores de cabeça
- Cervicalgia (Dor no pescoço) Cervicobraquialgia (Dor no pescoço e braço)
- Dor no ombro
- Bursites
- Capsulite adesiva (ombro congelado)
- Dor no Cotovelo e Dor Punho
- Síndrome do Túnel do Carpo
- Dor na Região torácica (“Meio das costas”)
- Dor no peito (caixa torácica)
- Lombalgia, lombociatalgias e ciáticas (dor lombar ou dor lombar com irradiação na perna)
- Dor no quadril (articulação coxofemoral) ou “bacia”
- Dor no joelho
- Condromalacia patelofemoral (condropatia) no joelho
- Canelite (periostite)
- Dores pós síndrome compartimental
- Dor no tornozelo e pé
- Fascite plantar e Esporão calcâneo
- Neuroma de Morton
- Tendinites
- Hérnias de disco ou hernias discais
- Estresse e as dores
- Descondicionamento, sedentarismo e as dores
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