Dor no quadril (articulação coxofemoral): “bacia”

O quadril é formado pelo osso da pelve, principalmente o ilíaco, que possui uma cavidade chamada de acetábulo, onde se articula a cabeça do fêmur. A articulação coxofemoral é esferoidal com grande amplitude estabilizada principalmente pela cápsula articula, ligamento da cabeça do fêmur (redondo) e pelos tendões dos músculos.

Essa região recebe inervação do plexo lombar e sacral e os músculos que atuam são diversos, Flexores: Psoas, reto femoral, adutores; Extensores: glúteos, semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral; Adutores: adutor curto, longo, magno, pectíneo e grácil; Abdutores: Glúteos e tensor da fáscia lata. E cada porção compartimental muscular recebe uma inervação específica.

Por isso não é possível fazer um diagnóstico tão simples como uma bursite, artrose e uma tendinite se não souber bem a anatomia clínica fisiopatológica.

Vértebras Lombares: A dor no quadril pode ter relação com as vértebras lombares e suas inervações. A parte sensitiva superficial lateral do quadril é realizada pelo nervo cutâneo lateral da coxa (L2-L3), já os nervos glúteos e do piriforme (L4-S2) são nervos sensitivos e motores dos músculo do quadril (glúteo médio, mínimo, máximo, piriforme e tensor da fascia lata). Patologias e disfunções vertebrais (protusões, herniações e tensões) pode causar o aumento da sensibilidade ou até mesmo compressão com inflamação neurológica (dores) que vão desencadear sintomas.

Sintomas: Dor no quadril pela disfunção em lombar alta (L2-L3) é dor ao deitar ou encostar na região do quadril, já os problemas de lombar baixa pode gerar dores ao ficar em pé muito tempo, ao fazer a forma, durante atividades físicas, ao alongar. Esses sintomas quase sempre vêm associado às dores lombares

OBS.: Se houver traumas diretos ou dores intensas é importante realizar o diagnóstico por imagem para excluir possíveis fraturas ou patologias mais sérias. So depois será realizado o tratamento adequado.

 

Sacro: É osso localizado logo abaixo da última vértebra lombar (L5), no centro dos glúteos máximos. A disfunção sacral pode desencadear problemas nos nervos glúteos e piriforme que podem causar alterações musculo-esqueléticas (glúteos e piriforme) e dor no quadril. O nervo isquiático pode ser comprimido por essas alterações musculares e irradiar sintomas por todo o membro inferior.

Traumas locais, tensões musculares, problemas ergonômicos pode causar problemas sacrais e consequentemente na articulação sacroilíaca.

Sintomas: Dor no quadril que agrava ao sentar, fazer força, alongar e ao pressionar o osso (sentar e deitar). Pode apresentar sintomas neurológicos motores (tensão, câimbras, fraquezas) e sensitivos (dormência, formigamento, hiper ou hipossensibilidade)

OBS.: Se houver traumas diretos (queda sentada) ou dores intensas é importante realizar o diagnóstico por imagem para excluir possíveis fraturas ou patologias mais sérias. So depois será realizado o tratamento adequado.

 

Ilíaco: A dor no quadril pode vir da pelve, principalmente pelo osso da “bacia” chamado de ilíaco. Ele se articula com o sacro (sacroilíaca) e com a cabeça do fêmur. Exerce uma importância grande nos movimentos da articulação coxofemoral e lombar. Traumas, problemas tensionais, esforços, podem desencadear alterações articulares que vão repercutir na articulação sacroilíaca, músculos (glúteos, tensor, adutores) e ligamentos da região (coxofemoral e sacroilíacos).

Sintomas: Dor no quadril que agrava ao sentar, levantar (da posição sentada), abrir ou fechar as pernas. Pode irradiar aos membros inferiores. Qualquer tipo de apoio unipodal pode piorar os sintomas como caminhadas, corridas, ficar em uma perna só. Em alguns casos as alterações neurológicas pode estar associadas.

OBS.: Se houver traumas diretos (queda sentada) ou dores intensas é importante realizar o diagnóstico por imagem para excluir possíveis fraturas ou patologias mais sérias. Só depois será realizado o tratamento adequado.

 

Coxo-femoral: É a principal articulação do quadril, formada pelo osso do fêmur (cabeça) e ilíaco (acetábulo). Por causa do seu formato esferoidal, permite todos os planos de movimento, tendo como limitação óssea a sua principal barreira articular, além de possuir intensa trama ligamentar (cápsula articular e ligamento redondo) para estabilizar.

É muito comum o processo de degeneração articular, mas nem sempre o que sai no exame (artrose) representa o sintoma clínico, e muitas vezes o sinal de desgaste é normal, por isso é muito importante realizar os testes clínicos além das imagens.

As causas normalmente são traumáticas, ergonômicas, esforço repetitivo e sobrecarga.

Sintomas: A dor no quadril é pontual agravada nos movimentos que exige maior amplitude de movimento, como sentar e levantar, agachar, ficar de cócoras, fletir ou extender o tronco

OBS.: Realizar os exames por imagens necessários para avaliar e tratar de forma específica os problemas articulares.

 

Músculos e tendões: A dor no quadril de origem muscular e tendínea são as mais comuns. A articulação do quadril é composta por muitos músculos: Póstero-lateral: glúteos (mínimo e médio), tensor da fáscia lata; Posterior: glúteo máximo, piriforme, quadrado femoral, gêmeos; Anterior: Reto femoral, sartório, pectíneo; Medial: adutores (curto, longo e magno), grácil, e obturadores. Qualquer um destes músculos, quando apresenta alguma disfunção pode afetar o equilíbrio tônico muscular e sobrecarregar a articulação e outros músculos e tendões que trabalham de forma sinérgicas, prejudicando ainda mais o controle tônico muscular gerando ainda mais sobrecarga.

As disfunções musculares podem levar a uma maior sobrecarga do seu tendão, gerando mais inflamações e dores, e as causas principais são traumas, sobrecarga de exercícios, esforços repetitivos, alterações neurológicas motoras e problemas metabólicos nutricionais.

Para as dores no quadril não podemos esquecer os músculos do assoalho pélvico (períneo), alterações musculares da região causadas por traumas, espasmo pós-parto normal, cirurgias (episiotomia), dentre outros podem diminuir a ação muscular e gerar dores referidas no quadril.

Sintomas: Dor no quadril difusas que pode agravar no exercício físico ou no alongamento. Normalmente são associadas a limitações articulares em vários planos de movimento, é muito comum encontrar o músculo antagonista bastante tensionado.

Nos casos das disfunções dos músculos do assoalho pélvico, os sintomas dolorosos vêm associado com incontinência urinária ou fecal, dores nas relações sexuais ou alteração de sensibilidade.

Nervos: Os nervos da região lombar alta e lombossacra são responsáveis pela inervação motora e sensitiva de todos os tecidos da região pélvica. A parte sensitiva superficial lateral do quadril é realizada pelo nervo cutâneo lateral da coxa (L2-L3), já os nervos glúteos e do piriforme (L4-S2) são motores dos músculo do quadril (glúteo médio, mínimo, máximo, piriforme e tensor da fascia lata). Patologias e disfunções vertebrais (protusões, herniações e tensões) pode causar o aumento da sensibilidade ou até mesmo compressão com inflamação neurológica (dores) que vão desencadear sintomas.

As compressões e irritações pode ser decorrente de tensões musculares, psoas para o plexo lombar e piriforme para o plexo sacral (nervo glúteo e piriforme) assim como os problemas articulares (osteófitos, espondiloartroses), metabólico, nutricional, etc.

Sintomas: Dor no quadril, ao encostar superficialmente (não conseguir apoiar ou ficar de lado) é plexo lombar (nervo cutâneo lateral da coxa). Agora, se a dor no quadril for agravada com o alongamento e força muscular provavelmente estará relacionado ao nervo do plexo sacral (nervo glúteo), pode apresentar alterações sensitivas (formigamento, adormecimento), dores ou tensões e fraquezas musculares no quadril e no membro inferior.

Problemas nos órgãos da pelve baixa: A bexiga, útero, próstata e reto, são inervados pela região lombar e sacral. Além da relação neurológica, esses tecidos possuem ligamentos que se inserem diretamente na região sacral, que podem tensionar e gerar repercussões na sacroilíaca. Isso justifica os pacientes com problemas ou patologias nestes órgãos apresentam sintomas dolorosos na região da lombar baixa e quadril.

Sintomas: Dor no quadril intermitentes com períodos de agudização, com pouca limitação articular, geralmente estão associados problemas uroginecologicos e retal, cistites, dores abdominais, dismenorréia, prostatites, incontinência ou urgência urinária, fecal, entre outras.

OBS.: Nestes casos é extremamente importante buscar os profissionais especializados: útero (ginecologista), reto (proctologista), bexiga, próstata (urologista), para o diagnóstico e tratamento adequado. 

 

Sequelas pós-cirúrgicas: Qualquer tipo de cirurgias na região abdominal baixa (útero, próstata, intestino, bexiga, etc) pode desencadear dores e limitações na região lombar e quadril, se houver algum tipo de fibrose ou tensão nos tecidos cicatriciais internos. Como os órgãos estão estabilizados por uma série de ligamentos que se inserem nos músculos e ossos do tronco, uma tensão tecidual pela falta de mobilidade pós-cirúrgica pode repercutir em dores referidas.

Sintomas: Dor contínua que agravou após a intervenção cirúrgica, as limitações articulares é um sintoma muito comum

OBS.: Somente as fibroses mais espessas são possíveis diagnosticas via imagem, as tensões e outras fibroses menores que causam repercussões dolorosas são diagnosticadas clinicamente. Se o paciente começar referir dores após algum tipo de cirurgia (até 1 ano) essas dores possivelmente tem relação.

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